O Salto
de Sete Quedas também chamado Salto Guaíra (em espanhol Saltos del Guairá) foi a maior cachoeira do mundo em volume de água, até o seu
desaparecimento com a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
No entanto resquícios delas aparecem quando o nível de água da usina está baixo.
Apesar do nome, eram
constituídas por 19 cachoeiras principais, sendo agrupadas em sete grupos de
quedas.
As quedas localizavam-se em um ponto onde o rio Paraná era
forçado através de um estreito desfiladeiro. Na cabeça das quedas, o rio
estreitava drasticamente a partir de uma largura de cerca de 380 m a 61 m. A
altura total das quedas foi de aproximadamente 114 m, enquanto a maior das 19
grandes cachoeiras tinha uma queda de 40 m de altura. O rugido da água
mergulhando podia ser ouvido a 20 quilômetros de distância.
Recordistas mundiais em volume
d'água, as Sete Quedas eram o principal atrativo turístico de Guaíra, cidade que, à época, chegou a ter 60 mil habitantes,
rivalizando em importância com as cataratas de Foz do Iguaçu. À época, Guaíra era um dos destinos brasileiros
mais visitados por estrangeiros. Atualmente, a população da antiga cidade real espanhola é inferior a 30 mil habitantes.
Quando da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu ocorreu uma super visitação ao parque nacional das sete quedas. Milhares de
pessoas, de todas as partes do Brasil e do mundo, iam a Guaíra para presenciar
os últimos dias das Sete Quedas. Devido à superlotação, em 17 de Janeiro de 1982 ocorreu a queda da ponte Presidente
Roosevelt, que dava acesso ao salto 19, tendo como consequência a morte de 32
pessoas. No entanto, 6 pessoas sobreviveram, salvas por pescadores de Guaíra. A
investigação apontou para uma dupla causa: primeiro, a falta de cuidado com a
manutenção das pontes sob a presunção de que em breve as Sete Quedas seriam
inundadas; e depois, o aumento descontrolado da visitação, pois todos queriam
ver os saltos antes de seu desaparecimento para a formação do lago de Itaipu.
Às vésperas da inundação, uma grande
manifestação ocorreu no parque nacional das Sete Quedas. Centenas de pessoas se
reuniram e realizaram o ritual indígena Quarup, em memória das Sete Quedas.
Em 13 de outubro de 1982, o fechamento das comportas do Canal de
Desvio de Itaipu começou a sepultar, com as águas barrentas do lago artificial,
um dos maiores espetáculos da face da Terra: as Sete Quedas do Rio Paraná ou
"Saltos del Guaíra".
Durante a inundação, os moradores de Guaíra
iam até a beira do rio para se despedirem das Sete Quedas. Foi uma época muito
triste, segundo pessoas que viveram esta tragédia de perto.
A inundação das Sete Quedas durou apenas 14
dias, pois ocorreu em uma época de cheia do rio Paraná, e todas as usinas
hidrelétricas acima de Itaipu abriram suas comportas, contribuindo com o rápido
enchimento do lago.
Portanto, em 27 de outubro de 1982 o lago
estava formado e as quedas, submersas. Nos dias seguintes ao alagamento, apenas
as copas das árvores ficavam acima do nível do rio, uma cena um tanto
deprimente, pois pareciam "mãos pedindo socorro".
De acordo com levantamentos altimétricos a primeira ponte - a do Saltinho - ficava a 204
metros acima do nível do mar, o que significa que o lago
formado pela represa de Itaipu, ao atingir sua cota que é de 220 metros acima
do nível do mar, deixou esta ponte sob 16 metros abaixo da lâmina de água.
Posteriormente, a parte do afloramento
rochoso foi dinamitado para melhorar as condições de segurança da navegação.
Em 1982, às vésperas dos 80 anos, o poeta
Carlos Drummond de Andrade expressou sua inconformidade com a destruição do
Salto de Sete Quedas, um patrimônio natural do Brasil e da humanidade.
Fonte: wikipédia e blog Rio Uruguai Vivo
Nenhum comentário:
Postar um comentário