domingo, 16 de janeiro de 2011

Os eventos da Copa do Mundo e Olimpíadas vistos de forma crítica

O Brasil corre contra o tempo para cumprir metas e objetivos a fim de cumprir o calendários imposto pela FIFA e o comitê olímpico. Mas infelizmente passa-se também por cima dos direitos humanos, do direito à moradia, do direito ambiental e também da democracia.
Nesta postagem será exposto o outro lado desta "festa", onde poucos serão os beneficiados. Em entrevistas à revista Caros Amigos especialistas discutem ações do governo em relação aos eventos esportivos e como a população têm sido deixada de lado.

A professora da FAU-USP e relatora da ONU para o direito à moradia adequada, Raquel Rolnik, explica que os megaeventos esportivos são uma estratégia que as cidades têm utilizado para promover transformações urbanísticas, mas que deixa de lado a cidadania. 
Em relação às ações da polícia no Rio ela explica: "Em primeiro lugar, é preciso ver que a geografia das UPPs corresponde as áreas de interesse direto da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, porque as favelas, as comunidades em que as UPPs entram em primeiro lugar são comunidades da zona sul, em torno da rede hoteleira da zona sul, da região da Barra da Tijuca, Jacarepaguá, do entorno do Maracanã e da zona portuária. Todas elas são áreas de projetos diretamente ligados a Copa do Mundo."

Já o Professor do IPPUR/UFRJ (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Carlos Vainer explica que os megaeventos esportivos estão relacionados a um novo modelo de planejamento urbano em que a realização de negócios prevalece aos interesses do conjunto da população. Segundo ele, "os interesses e objetivos coletivos vão pelo buraco. Se a cidade é uma empresa, não se pode discutir muito, tem que fazer negócios. E transformada em empresa a cidade bane a política, uma vez que o dissenso é banido porque é uma ameaça à competitividade. Os sindicatos lutando por aumento de salário são vistos como ruins, porque como é que eu vou atrair uma empresa para cidade se tem sindicato aqui lutando, como é que eu vou atrair os jogos se tem gente contra. Então você tem que abolir política, a forma pela qual os agentes coletivos vão ao espaço público manifestar seus dissensos. É a cidade da exceção, porque as regras são a da ‘flexibilzação’, o que quer dizer na verdade ‘tudo o que for necessário para viabilizar os negócios’."

A íntegra das entrevistas você encontra neste link: http://carosamigos.terra.com.br/

E para reflexão fica a mensagem de José Saramago sobre a falta da tão falada democracia em nosso país e no mundo:

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